quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

As Sete Lágrimas de um Preto Velho





Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste preto-velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque contei-as... Foram sete.


Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei. Fala, meu preto-velho, diz ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor?


E ele, suavemente respondeu: Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.


A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...


A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que seus próprios merecimentos negam.


A terceira, distribui aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.


A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.


A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na UMBANDA, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.


A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.


A sétima, filho notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessa aos Médiuns vaidosos, que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas.



Esquecem que existem tantos irmãos precisando de amparo material e espiritual.


Assim, filho meu, foi para esses todos, que viste cair, uma a uma

quarta-feira, 21 de julho de 2010

UMBANDA- De onde vens? A quem pertences?

Conhecer a Umbanda é fascinante no primeiro momento e intrigante no se-gundo. Dentre tantas denominações e cultos diferenciados que ela se reveste, infelizmente, chegamos a presenciar verdadeiras brigas de correntes, combatendo-se entre si, querendo impor a “sua” verdade. A Umbanda é Atlante? Africana? Brasileira? Nossa busca volta-se a raça Atlante onde o Tronco Tupy ou raça vermelha, detentora do Conhecimento Uno, (Aumbandan) cindiu-se gerando seus remanes-centes, os Tupynambás e os Tupy-guaranys. Os Tupynambás se mantiveram fiéis à tradição, reencarnando mais tarde como sacerdotes egípcios. Os Tupy-guaranys a adulteraram, originando outras civilizações, através de suas incursões às Américas. As migrações físicas e espirituais (reencarne) alcançaram todo o Oriente, com grande influência à raça negra originária da Ásia. Seis milênios antes do advento do Cristo, as grandes verdades já haviam se disseminado em várias regiões do globo, através de altos sacerdotes egípcios, os quais eram reencarnações dos Tupynambás. No Himalaia, os remanescentes dos Tupy-guaranys, reencontraram-se com a Lei, através de seus sábios condutores. Foi então que se reuniram no Egito, as duas raças, sendo que nesse tempo os Tupy-guaranys já haviam se recuperado. Era a lei kármica em ação. O Egito influenciou de forma significativa toda a África Negra, principalmen-te o grupo Bantu ( Angola, Congo, Cabinda, Benguela, Moçambique, etc), que no século XVI, através do processo escravagista, traria muitos africanos ao solo brasileiro. Com eles veio o culto que, por força das circunstâncias, foi se deturpando. O processo escravagista imposto à raça negra e o verdadeiro massacre a raça vermelha (remanescentes) gerou sistemático conflito racial, o que fez com que os Tribunais Superiores ( mundo astral) resolvessem instituir um conjunto de leis regulativas para disciplinar os rituais nefandos, intoxicados de ódio e vin-gança, aí já expressos em ritos de baixo teor vibracional. Assim surgiu o Movimento Umbandista a nível astral, visando restaurar gradativamente, sem muitos traumas a antiga Aumbandan, adaptado em sua so-nância, para mais fácil assimilação, como Umbanda.Desde 1889, falanges e mais falanges de integrantes da Corrente Astral de Umbanda começaram a tarefa saneadora através de valorosos guerreiros cósmi-cos. Assim a vibração espiritual de Ogum desceu e se espalhou nos cultos Afro-brasileiros. O Caboclo Curuguçu preparou o advento primeiro do Caboclo das Se-te Encruzilhadas, que em 1908, através do médium Zélio Fernandino de Morais, veio trazer um ritual de fácil assimilação, que alcançaria a todos, mas especial-mente aos mais simples. Em 15 de Novembro de 1908. Compareceu a uma sessão a “Federação Espírita em Niterói”, um jovem de 17 anos, pertencente a tradicional família flumi-nense. Chamava-se Zélio de Morais e restabelecera-se, dias antes, de moléstia cuja origem os médicos haviam tentado, em vão, identificar. Sua recuperação i-nesperada causara surpresa. Ne m os doutores, nem os tios, sacerdotes católi-cos, haviam encontrado explicação plausível.A família atendeu, então, à sugestão de um amigo que se ofereceu para acompanhar o jovem à Federação Espírita.O Dirigente dos trabalhos, José de Souza, convidou-o a participar da mesa. No de-correr da reunião, Zélio sentiu-se tomado por uma força estranha e ouviu sua pró-pria voz perguntar: porque não eram aceitas as mensagens dos Índios e Caboclos, e, se eram eles considerados atrasados apenas pela cor e pela classe social que declinavam.Seguiu-se um diálogo acalorado, no qual os dirigentes da mesa procuravam doutrinar o Espírito desconhecido, que mantinha segura argumentação.Finalmente, um dos videntes pediu que a entidade se identifica-se, já que lhe parecia envolvida numa áurea de luz.-Se queres um nome, respondeu involuntariamente Zélio, que seja este: CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, porque não haverá caminhos fechados para mim.E prosseguindo, anunciou a missão que trazia:-Estabelecer um culto no qual os espíritos de índios e Negros escravos pu-dessem cumprir a determinação do astral: que teria como nome UMBANDA. E que não vinha só: trago comigo a verdadeira Legião do Plano Astral, que tem como missão, ajudar a restituir a paz no mundo na “ERA DA REGENERAÇÃO” No dia seguinte, 16 de Novembro, na residência do jovem médium, na rua Floriano Peixoto, 30, em Neves, realizou-se a primeira sessão desse culto, ao qual a Entidade reafirmou o nome de UMBANDA. Estavam presentes quase todos os membros da Federação Espírita, para verificar a veracidade do que fora declarada na véspera, os amigos da família surpreendidos e incrédulos, um grande número de desconhecidos, enfermos, alijados, que ninguém saberia dizer como havia tomado conhecimento do que se passava. E muitos deles, ao final da reunião, estavam curados.O Caboclo das Sete Encruzilhadas nunca determinou sacrifício de aves ou animais para fortalecer o poder do médium, nem para homenagear entidades, e também, jamais promoveu alguma noite da cachaça e orgia, ou coisa parecida. O preparo mediúnico baseava-se na Doutrina, no ensinamento de normas evangélicas. A água e as ervas eram os elementos ritualísticos usados através de amacis, banhos e defumadores, pois, a UMBANDA também é Doutrina baseada nas Forças da natureza. O Evangelho era a base, do ensinamento da entidade que recomendava, como lembrete constante do que é necessário para a prática correta e leal da mediunidade:-Não ter vaidade; Manter elevado padrão moral; proceder corretamente dentro e fora do Templo; Prestar socorro espiritual gratuitamente a todos que, dele necessitando, recorram ao médium; Não aceitar retribuição monetária pelos trabalhos. A única retribuição deve ser a certeza do dever cumprido. A UMBANDA nos ensina a crer:-Num Deus único e absoluto;-Nos Orixás, Forças Superiores que atuam nos vários campos da revelação e chegam até nós através de seus Mensageiros os Guias trabalhadores dos terreiros de Umbanda;-Na Reencarnação, à volta do Espírito sucessivamente ao corpo físico, para se aprimorar;-Na Lei de Causa Efeito, que nos dá a colheita correspondente ao que semeamos;-No Amor ao próximo, base da Fraternidade Universal. A UMBANDA indica-nos o caminho a seguir:- A Prática da mediunidade como issão e nunca como Profissão:- O Pensamento Positivo para nós mesmos e para os nossos semelhantes;- a Caridade,- o Amor,- exemplo na Palavra e na Ação.

Caboclo Aimoré



Okê Caboclo,
Salve seu Aymoré

Mas como é lindo, assistir festa na mata
Ouvir o som da cascata e o lindo canto do sabiá,
Que noite linda, que linda noite de luar
Foi no clarão da lua que eu vi seu Aymoré passar
A mata estava em festa, toda coberta de flores
Até os passarinhos cantam, Seu Caboclo
Eles cantam em seu louvor, ô ô ô ô
Ô Ô Ô Ô quanta beleza,
Ô Ô Ô Ô quanto esplendor,
Como é bom ter a certeza
Que seu Aymoré é nosso protetor

PRECE DE CÁRITAS

Deus nosso pai, vós que sois todo poder e bondade.Dai a força àquele que passa pela provação.Dai a luz àquele que procura à verdade.Ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.DEUS,Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.PAI,Dai ao culpado o arrependimento,ao espírito a verdade, a criança o guia ao órfão o pai.SENHOR,que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.Piedade senhor para aqueles que não vos conhecem,A esperança para aqueles que sofrem.Que a vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.DEUS,um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra. Deixai-nos beber nas fontes esta bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secaram, todas as dores acalmar-se-ão.uma só oração, um só pesamento subirá até vos,como um grito de reconhecimento e de amor.Como Moisés sobre a montanhanos lhe esperamos com os braços abertos Oh bondade !Oh beleza !Oh perfeição !E queremos de alguma sorte alcançar vossa misericórdia.DEUS,Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vos.Dai-nos a caridade pura.Dai-nos a fé e a razão.Dai-nos a simplicidade, que fará de nossas almas...um espelho onde se refletirá a vossa santa e misericordiosa imagem.

Amém

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Exu Destranca Rua

Deu um clarão na encruzilhada
eu vi clarear e ouvi uma gargalhada
não era o sol nem era a lua
o que brilhava era o Exu Destranca Rua




Destranca Rua a encruzilhada corre em toda a quimbanda
(corre gira e demanda foi o Exu quem mandou)
estava dormindo a Quimbanda me chamou
Alevanta minha gente Destranca Rua ja chegou
Destranca Rua saiu a girar a girar
chegou o Destranca Rua para todo o mal levar

Oferenda À Pombagira Maria Quitéria do Cruzeiro








MATERIAL

1 bandeja redonda ou um prato redondo de papelão
papel crepom preto e vermelho
fita adesiva (durex)
7 morangos ( perfeitos e lavados )
7 maçãs ( perfeitas e lavadas )
7 rosas vermelhas ( abertas e sem espinhos )
7 velas vermelhas
7 cigarros filtro longo brancos ( acesos )
1 garrafa de vinho suave (aberta )
1 copo descartável ou uma taça para vinho

MODO DE PREPARO


Decore a bandeja com o crepom preto e o vermelho, formando babados em volta dela e colando com fita adesiva.

Coloque as maçãs, os morangos e as rosas (faça um arranjo


bonito, pois está dando um presente a uma amiga),

No local, deposite a bandeja, abra a garrafa de vinho, sirva um pouco no copo, colocando o mesmo ao lado da bandeja.


acenda os 7 cigarros, colocando-os em volta da bandeja com o lado aceso virado para fora e por

ultimo, acenda as velas. Você já pode levar a bandeja , praticamente pronta, isto evita


muito tempo de exposição de olhares curiosos ou perigos. Derrame um pouco do vinho


em volta da bandeja. Tudo isso é rápido, não precisa escrever nomes ou o seu pedido,


peça mentalmente o que quer, mas peça com amor e tenha paciência para esperar.


As Pomba Giras precisam de tempo para "correr a gira" e lhe ajudar, caso você tenha


permissão e merecimento,é claro.


Antes de colocar sua oferenda, não esqueça de saudar o Exú Guardião do


local e acender uma vela vermelha e preta para ele, voce não precisa saber o nome do


Exú, basta saudá-lo ´respeitosamente como "Exú Guardião deste local".




Após 3 dias dessa oferenda, tome um banho feito com pétalas de 1 rosa vermelha,


1 rosa branca, 1 rosa amarela, meio litro de água e um litro de vinho suave. Tome o banho do


pescoço para baixo, pedindo o que deseja, quer seja um amor, quer seja outra coisa.



NÃO FAÇA OFERENDAS E NEM BANHOS DE ATRAÇÃO COM ROSAS NAS


LUAS MINGUANTE E CHEIA. FAÇA NAS LUAS NOVAS E CRESCENTE.


OS BANHOS DE DESCARREGO, PODEM SER FEITOS EM QUALQUER LUA.




Tudo o que é feito com amor, respeito e fé, resulta positivo

quinta-feira, 1 de julho de 2010




Oxum



Tendo como feminilidade sua principal característica, Oxum é o amor em todas as suas dimensões. É a orixá da riqueza, vaidade, doçura, bondade, sentimentos em geral. Rainha das águas doces: rios, lagos e cachoeiras. Padroeira da fecundidade e das crianças, enquanto no ventre das mães, e até os sete anos. Recorre-se a mãe Oxum em questões ligada à esterilidade feminina, enfermidades infantis, problemas de natureza financeira, falta de talento e brilho pessoal, dificuldades amorosas de qualquer tipo.


Arquétipo dos filhos de Oxum



O seu arquétipo se associa a imagem de um rio, das águas doces que são seu elemento: a aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas, enfim tudo que aparenta a calma mais pode derrubar facilmente. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo diretamente. São pessoas persistentes mo que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados. As vezes parecem que esqueceram certos objetivos, mas na verdade apenas estão usando outros caminhos. Gostam de festas e da vida social em geral. São pessoas amigas e sempre acessíveis, não se esquecendo que pos trás de tudo isso, existe uma pessoa atente e que não estará perdendo tempo, apesar de parecer desligada a tudo isso. O sexo é uma coisa importante para os fihos de Oxum. Não costumam se descabelar por paixões que não deram certo ou que nem começaram. São realistas e tem sempre o pé no chão. É a figura da juventude eterna que julga naturalmente merecer todos os seus mimos e cuidados. Nos filhos de Oxum o tempo passa mais lentamente, embora já com certa idade é presente uma eterna criança que brinca. Quando não são bonitos fisicamente ( o que é muito difícil ) são charmosos e misteriosamente sensuais. Seus olhos costuma ser vivos e a boca tem a tendência de parar num eterno e discreto sorriso. Vaidosos ao extremo e por natureza, tendem a ter um bom gosto ao se arrumarem. Gostam das coisas caras e brilhosas, chamam a atenção com naturalidade.




Cor: amarela em todos os seus matizes



Número: 8



Dia da Semana: Sábado



Conhecida como: Oxum Epandá Ibedji, Epandá (pandá), Ademun (demun), Olobá e Adoco (docô).



Sincretizada como N. Sra. Das Graças, N. Sra. Aparecida, N. Sra. Dores e N. Sra. Conceição.



Recebe suas oferendas na beira dos rios, lagos, vertentes e cachoeiras.



Saudação: Ieieô